Paradigma interpretativista : a busca da superação do objetivismo funcionalista nos anos 1980 e 1990
Paradigma Interpretativista: A busca da superação do Objetivismo Funcionalista nos anos 1980 e 1990.
Autores: Sylvia Constant Vergara e Miguel P. Caldas
1- Introdução
Os autores iniciam com a observação de que o funcionalismo tem constituído a ortodoxia na pesquisa científica na área. Ainda hoje, a abordagem é hegemônica no que diz respeito aos alicerces epistemológicos do campo das pesquisas organizacionais, conforme aponta diversos mapas e análises bibliométricas das produções acadêmicas.
Entretanto, há focos de resistência a essa tendência, caracterizadas em duas vertentes: o interpretacionismo e os referenciais críticos e pós-modernos. O interpretacionismo questiona o objetivismo arraigado na doutrina funcionalista, enquanto que a vertente crítica combate sua inclinação à regulação e à manutenção da ordem social, ou seja, sua falta de engajamento em prol da mudança social.
A proposta do texto é divulgar e dar maior acesso às duas vertentes, que no contra-fluxo do funcionalismo, deram alternativas ao campo.
2- A compreensão do Interpretacionismo em Análise Organizacional
Para os funcionalistas, as organizações são objetos tangíveis, concretos e objetivos. Já para os interpretacionistas, as organizações são processos que surgem das ações intencionais das pessoas, individualmente ou em harmonia com outras. Elas interagem entre si na tentativa e interpretar e dar sentido ao se mundo. Dessa forma, a realidade social é uma rede de representações complexas e subjetivas.
Com o objetivo de visualizar essa corrente em contexto mais amplo, os autores recorreram aos posicionamentos de realistas e idealistas, resgataram o mapeamento sociológico de Burrel e Morgan e apresentam três importantes enfoques interpretacionistas: O solipsismo, a fenomenologia e a hermenêutica. Duas escolas de pensamento: a etnometodologia e o interacionismo simbólico.