para o dia nascer feliz
O Enigma de Kaspar Hauser é uma das mais famosas obras cinematográficas do diretor Werner Herzog (Alemanha, 1974). Kaspar Hauser, em tradução literal, significa "cada um por si e Deus contra todos". É um filme denso, que nos mostra uma visão sobre a humanidade e faz uma reflexão sobre a unicidade do ser humano, da história de vida e experiências de cada um, e sobre o quanto linguagem e cultura representam para o desenvolvimento psicológico do indivíduo.
Kaspar Hauser, um personagem real e enigmático que, quando encontrado em Nuremberg, em 1928, com supostamente 15 anos, quase não sabia falar, nem andar e não se comportava como humano, pois desde a mais tenra idade, foi privado do convívio social. Sua trajetória de vida é o triste resultado de sua carência de cultura e do não desenvolvimento da linguagem. O total isolamento na caverna por tanto tempo, impactou fortemente sua formação como indivíduo.
Muito tempo após sua reintegração na sociedade, já com a linguagem mais desenvolvida, percebe-se ainda a dificuldade de Kaspar Hauser em entender às pessoas e suas reações. Enquanto privado do convívio social, o silêncio era sua única companhia. Não somente a ausência de vozes externas, mas o silêncio interno, da mente vazia. Kaspar Hauser não poderia conhecer a si mesmo sem ter alguma relação interpessoal, sem referências. Não havia a linguagem para que ele pudesse definir as coisas que via e experimentava no cativeiro.
Sinopse
O filme apresenta Kasper Hauser em diversos momentos de sua vida e como se dá o desenvolvimento mental após o cativeiro.
No cativeiro, Kaspar Hauser aparece acorrentado, vítima de um homem com capuz, cujo rosto não pode ser visto, que lhe alimenta com pão e água e lhe ensina algumas palavras. Kaspar Hauser viveu nessa situação até o dia que esse homem, única figura humana com quem tinha contato, decide tirá-lo do cativeiro e ele então começa a aprender a andar. Esse mesmo homem o abandona em uma