Para Sennett
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a concentração de poder sem centralização, que aparentemente parece dar ao trabalho em equipe maior controle sob o trabalho que desenvolve, mas na verdade quem decide o que fazer e quando, ainda é o capitalista, restando aos trabalhadores apenas como fazer suas atividades.
Além disso, esta nova estrutura de poder cria novas formas de controle, como por exemplo o trabalho em casa, no qual troca-se “o controle face-aface” pelo controle eletrônico.
Por esta razão Sennett argumenta que o trabalho flexí- vel leva a um processo de degradação dos trabalhadores de ofício, pois com a introdução de novas tecnologias organizacionais, o trabalho tornou-se fácil, superficial e ilegível.
No regime flexível as dificuldades sempre se consolidam no ato de correr riscos, as próprias incertezas das organizações flexíveis impõem aos trabalhadores correrem riscos com seus trabalhos, colocando em prova o caráter pessoal. A nova ordem concentra-se na capacidade imediata, não leva em conta que acumulação dá sentido e direito às pessoas; e daí a preferência do capitalismo pelos mais jovens, por serem mais adaptáveis às formas flexíveis de trabalho. Os riscos, além de colocar em questão o senso de caráter, propiciam aos indivíduos um sentimento de esvaziamento completo em todos os sentidos (moral, social, cultural ou político)
Um ponto claro na discussão de Sennett é que embora o trabalho flexível tente romper com a rotina e a burocracia, ele não conseguiu ainda superar o trabalho fordista, mas, pelo contrário, precarizou as relações de trabalho e os próprios homens ao extremo, assim como também a ética do trabalho em equipe não superou a ética da rotina; as duas convivem em uma