Paper Crônica
REGRESSO DA DOR
Os médicos europeus do século XVII quando diagnosticavam seus pacientes utilizavam de uma palavra, nostalgia, para marcar esse momento, essa palavra para eles representaria a volta de um momento doloroso ou ate mesmo de uma dor física: [...]“Hoje, nostalgia pode ser uma saudade intensa de alguém, de algum lugar, de algum tempo, de alguma situação, e, para muitos está lidada a uma dimensão mais sofrida, magistralmente definida por Chico Buarque ao dizer que ‘a saudade é o revés de um parto’.” (CORTELLA, 2006, p. 99). Nos dias de hoje a palavra nostalgia poderá não representar apenas uma dor, mas também uma saudade.
“De repente, próximo à porta do vagão, uma mulher com uma criancinha no colo, a pequena com a cabeça debruçada por cima do ombro da provável mãe. A menininha olha para mim e, sem razão maior, sorri. Pronto, durante segundos (mas sentidos como uma deliciosa eternidade) desaparecem todos os transtornos da minha vida [...]. O trem chega à estação na qual devo descer; saio reconfortado pelo alcance admirável e profundo de um sorriso despretensioso e verdadeiro. Saio, sentindo-me abrigado pela experiência de um ministério que faz cessar qualquer turbulência” (CORTELLA, 2006, p. 100 - 101).
Ultimamente as pessoas vivem à pedir paz, por conta de tantas “guerras”. Hoje o mundo inteiro esta com “os nervos a flor da pele”, de modo que, qualquer coisa já pode ser um motivo plausível para se começar um desentendimento entre as pessoas. “Nesta época de desassossegos, violências e inquietações, mas, mergulhados ainda nos ecos das recordações carnavalescas de agora e de outrora, vale lembrar em que pedir paz era um desejo quase que só ligado ao campo afetivo e às agruras1 amorosas.” (CORTELLA, 2006, p. 101).
Assim, podemos ate mesmo dizer que vivemos em um mundo “nostálgico”, onde as pessoas vivem como se fossem, muita das vesses, prisioneiros de uma sociedade turbulenta, na qual todas as coisas acontecem de uma forma muito