papel do negro na sociedade brasileira
No dia 13 de maio de 1888 o Brasil se tornou a última nação americana a abolir a escravidão. Entre os anos de 1550 e 1850, período em que os escravos chegaram ao Brasil, cerca de 3 milhões e 600 africanos deixaram suas origens, à força, para se sujeitarem à escravidão. Contudo, a herança histórica deixada para os negros que vieram para o Brasil pinta um cenário de desigualdade e segregação. Há 124 anos do fim da escravidão o cidadão de pele preta ainda é alvo de insultos, discriminação e racismo no Brasil. Esse preconceito, em parte dos casos, é expressado de forma inconsciente por atitudes banais que deslizam despercebidamente em nosso cotidiano. No Censo de
2010, 50,7% da população se declarou negra ou parda. Essa estatística indica que no Brasil mais de 96 milhões de pessoas se autodenominam afrodescendentes, contra 47,7% de pessoas que se declaram brancas, 1,1% se declara amarelo e 0,4% indígena. Foi a primeira vez, desde o primeiro censo realizado no país, em que a população negra é oficialmente declarada maior que as de outras identidades étnicas.
O papel do negro na sociedade brasileira ainda é visto com olhares distorcidos. De acordo com Maria Catarina Vale, ativista do movimento negro, “mesmo em Divinópolis, pouco se vê atendentes e secretárias negras. Na igreja, na Câmara Municipal, nos consultórios é raro encontrar algum negro trabalhando. Geralmente se vê em serviços braçais, empregadas domésticas...”, explica como enxerga o preconceito racial em nossa cidade.
O africano importado para o Brasil como mercadoria foi essencial para a formação nacional, não só pela riqueza que seu trabalho foi capaz de gerar, mas pela imensurável contribuição cultural também. A religiosidade, a música, o samba e a culinária foram fortemente influenciados pelos negros vindos da África. Palavras corriqueiras do nosso cotidiano como: batuque, angu, cachimbo, moleque, senzala e maracatu são algumas das contribuições