Papel da midia na formação de uma bolha*

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Não houve revista semanal no Brasil que não tenha dedicado reportagem de capa ao empresário Eike Batista e quase todas foram laudatórias; numa delas, de Veja, ele foi saudado até como Eike Xiaoping, como se estivesse ensinando ao Brasil que “enriquecer é glorioso”; nos próximos dias, grandes bancos privados, o BNDES e o governo estarão tendo que lidar com a provável reestruturação das dívidas bilionárias do grupo EBX; quem acreditou na onda, hoje conta os prejuízos
247 – Nunca houve, na história do Brasil, um empresário como Eike Batista. Vendedor de projetos, e não de empresas com resultados concretos, ele conseguiu a façanha de se tornar o oitavo homem mais rico do mundo (hoje não figura nem mais entre os 100 primeiros) prometendo quase o equivalente a terrenos na lua. Bancos de investimento empacotaram seus projetos e Eike foi uma das figuras mais midiáticas já vistas no mundo empresarial, em todos os tempos. Onde houvesse um holofote, lá estava ele. Se Madonna viesse ao Brasil pedir apoio a uma ONG, Eike apareceria com um cheque milionário para ganhar também seus 15 segundos adicionais de fama.

Durante um bom tempo, Eike acreditou que conseguiria administrar expectativas do mercado financeiro no gogó – ou, quem sabe, pilotando sua conta no Twitter, onde, sempre, em tom otimista, vendia promessas jamais concretizadas a incautos seguidores. Ele, no entanto, não teria ido tão longe se não tivesse construído, também, uma poderosa aliança com jornalistas e meios de comunicação. Na imprensa, seus dois principais aliados nessa onda de fanfarronice foram Ancelmo Gois, do Globo, e Lauro Jardim, de Veja. Ancelmo sempre o chamava de “Eike sempre ele Batista”, como se o empresário fosse uma máquina de produção de ideias geniais. Lauro, por sua vez, antecipava em seu Radar Online os movimentos do grupo EBX, que sempre impactavam, também, o mercado financeiro e as cotações de seus papeis em bolsa.
Sempre disponível a conceder entrevistas, o empresário foi capa de

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