Panorama histórico dos estudos da linguagem
Panorama histórico dos estudos da linguagem
Fiorin (2010) destaca que o propósito de um curso de Letras é contribuir para que os alunos possam analisar, descrever e explicar os fatos linguísticos e literários a partir de uma reflexão crítica alicerçada em teorias consistentes.
Nesse sentido, um curso de Letras é composto por dois módulos: “o estudo dos mecanismos da linguagem humana por meio do exame das diferentes línguas faladas pelo homem” e “a compreensão do fato linguístico singular que é a literatura” (p.07). Esses dois módulos não são excludentes. Assim, o linguista não pode ser indiferente à função poética da linguagem e o especialista em literatura não pode ignorar os problemas da linguística.
No que tange à Linguística, objetivo de um curso geral de Linguística é oferecer aos alunos os conceitos para que eles possam operar os fatos linguísticos e, assim, adotar uma postura interpretativa diante da linguagem humana.
Ao nos debruçarmos sobre os estudos da linguagem precisamos reconhecer que o interesse pela linguagem é antigo. No século IV a. C os hindus, motivados por razões religiosas, decidiram estudar a sua própria língua, o que desencadeou a descrição e produção de modelos de análise nesta língua por Panini.
Os gregos e os latinos também mostraram interesse pela linguagem seja na busca da relação entre a palavra e o conceito que esta designa, feita pelos primeiros, por exemplo, seja no esforço empregado pelos segundos para definir a gramática como ciência e como arte.
No século XVI houve ampla tradução dos livros sagrados para outras línguas e nos dois séculos seguintes as gramáticas passaram a apresentar a ideia de que a linguagem estava fundada na razão, servindo, portanto, a todas as línguas.
No século XIX, o intenso conhecimento das línguas gerou interesse pelas línguas vivas, o que possibilitou os estudos