Panorama da aquicultura
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Por: Fernando Kubitza
Acqua & Imagem fernando@acquaimagem.com.br As técnicas de reprodução induzida e de larvicultura de peixes nativos se consolidaram a partir da década de 80, com destaque ao empenho do DNOCS, da CODEVASF, da UNESP-Jaboticabal e do CEPTA/IBAMA. Dentre a literatura técnica disponível em língua portuguesa sobre o assunto merecem destaque o Manual de Propagação de Peixes
Tropicais (Woynarovich e Horváth e publicado pela CODEVASF) e as publicações organizadas pelo IBAMA sobre o cultivo de espécies do gênero Colossoma (peixes redondos), referenciados ao final deste artigo. Esporadicamente o assunto larvicultura de espécies nativas também permeia as páginas desta revista, que já trataram especificamente da larvicultura do matrinxã, do jundiá, dos lambaris e, recentemente, dos surubins. Muitas informações sobre a larvicultura de diversos peixes também estão disponíveis em livros e revistas internacionais.
Apesar de diversas pisciculturas hoje serem capazes de alcançar grande sucesso na larvicultura de diversas espécies, ainda há uma grande gama de produtores que navegam na freqüente incerteza de quantos alevinos conseguirão obter das milhares de pós-larvas estocadas nos viveiros.
Desse modo, neste artigo procuramos reunir os principais fundamentos da larvicultura e algumas dicas para contornar alguns dos problemas encontrados na produção de alevinos de peixes nativos.
Larvas, pós-larvas e alevinos
Assim que nascem, as larvas dos peixes não possuem a boca aberta nem o trato digestivo formado, dependendo exclusivamente da reserva de nutrientes no saco vitelínico. Algumas horas ou alguns dias de vida e a boca da larva se abre e esta pode iniciar a captura de alimentos externos. Neste momento a larva passa a ser chamada de pós-larva.
Tanto a larva como a pós-larva em nada lembram o peixe adulto. Geralmente não possuem as nadadeiras totalmente formadas e as brânquias ainda estão em processo de formação. A