Pan africanismo
O Pan-Africanismo surgiu na segunda metade do século XIX predominantemente entre os africanos da África ocidental de colonização britânica, a partir do crescente intercâmbio com negros dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha. Essa troca deu-se inicialmente entre negros que estudaram nas metrópoles européias e nos Estados Unidos e suas idéias foram disseminadas via congressos, discursos, jornais, livros, associações e conferencias. O fruto inicial desse movimento foi a criação em 1897 da Associação Africana e a realização da primeira Conferência Pan-Africana em 1900 na cidade de Londres.
O movimento constituiu-se enquanto contraponto ao discurso racista do século XIX e afirmou-se de maneira eficaz enquanto instrumento de valorização e auto-afirmação africana, assentado no sentimento de solidariedade fraterna entre os povos negros que foram vítimas do colonialismo e/ou do racismo europeu. Desde sua gênese o Pan-Africanismo esteve atento à situação do negro em todo o mundo e voltou-se especialmente contra a ocupação da África.
O conceito de raça foi largamente utilizado pelo movimento para defender a igualdade de aptidões entre negros e brancos, com o anseio de tornar o povo negro “senhor do seu próprio destino”. O discurso de afirmação racial tornou-se combustível ideológico na luta dos povos africanos pela libertação dos seus territórios do jugo europeu.
A noção de raça permeou toda formação Pan-Africana e seu discurso e políticas centraram-se na luta contra toda espécie de opressão do homem negro. A raça seria, portanto, o fator centralizador no processo de união dos negros de todo o mundo.
Dentre os principais pensadores pan-africanistas pode-se destacar Alexander Crummell (1819-1898) que defendia a idéia da homogeneidade racial dos africanos. A África era pensada como um continente formado por um único povo, o povo negro, que devia formar uma unidade natural. Já Edward W. Blyden