Paixão Gênero Musical
Curso Técnico em Regência – 2º BR
Belchior dos Santos Amorim
PAIXÃO:
Gênero Musical
São Paulo
2015
ETEC DE ARTES
Curso Técnico em Regência – 2º BR
Belchior dos Santos Amorim
PAIXÃO:
Gênero Musical
Trabalho apresentado à disciplina de História da Música Coral II, professor Julio Bellodi.
São Paulo
2015
SUMÁRIO
1. PAIXÃO – A QUESTÃO DE GÊNERO 6
2. A PAIXÃO ENQUANTO RITUAL E AS PRÁTICAS SOCIAIS 8
3. A PAIXÃO SEGUNDO J.S. BACH 11
3.1. A Paixão segundo São João 11
3.2. A Paixão segundo São Mateus 13
4. CONCLUSÃO 15
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 16
1. INTRODUÇÃO
As representações musicadas, cênicas ou não, sempre estiveram presentes nas mais variadas culturas ocidentais. Na formação do catolicismo romano, os padres da Igreja, movidos por um sentimento de consubstanciação da pureza celestial e seus dogmas, buscaram afastar toda e qualquer manifestação que pudesse dar sentido mudando à liturgia. O teatro, as formas de expressão a ele associadas, incluindo-se as melodias dos números cantados, foram principais vítimas. Entretanto, até mesmo obedecendo a um sentido didático, a dramatização das histórias religiosas venceu os preconceitos puristas e aos poucos se estabeleceu nos templos, mas sem a parte cênica. Portanto, no século IX encontramos as primeiras referências de dramatização dos principais eventos católicos; principalmente o Natal e a Páscoa, ou seja, os fatos e efeitos da Encarnação e da Ressurreição do Cristo, também denominada Paixão.
Os mais antigos documentos sobre uma representação cantada das hagiografias e do Evangelho remetem aos mosteiros de Saint Gall e Saint-Martial de Limoges, centro onde a polifonia de seus primeiros passos. Essa textura musical se transformou, até meados do século XIX, na marca indelével da música religiosa. No entanto, na Alta Idade Média, a estruturação musical desses dramas litúrgicos baseava-se na técnica do "tropo", que consistia em glosar as ideias de um canto