Paidéia

A PAIDÉIA

Palavra que teria sido cunhada por volta do século V a.C., que exprimia um ideal de formação constante no mundo grego, com o tempo adquiriu nuanças que a tornariam intraduzível. Não se pode evitar o emprego de expressões modernas como civilização, cultura, tradição, literatura ou educação, nenhuma delas, porém, coincide realmente com que os gregos entendiam por paidéia. Cada um daqueles termos se limita a exprimir um aspecto daquele conceito global e, para abranger o campo total do conceito grego, teríamos de empregá-los todos de uma só vez. O conceito de paidéia, entre os gregos influenciou o que os romanos, nos tempos de Cícero, iriam chamar de humanistas, e que abrangeria a formação integral do ser humano. É bem verdade que se tratava de uma orientação aristocrática, já que os “bem formados” não se ocupavam com as “artes servis”, oficio de escravos. No século IV a.C. as novas escolas de pensamento que surgiam, preocupavam-se em resolver o problema da formação dos governantes. Diferentemente, no século passado, o V a.C., buscava-se, também, a formação do governante, mas o foco de interesse era diverso, estava centrado sobre como o governante ou o dirigente formaria o conjunto do povo. No que tange às diferenças entre o século IV e o século V, podemos, ainda afirmar que no século V há uma preocupação com o coletivo, com a polis em sentido absoluto. A educação pertencia à comunidade, destinada à formação dos indivíduos, enquanto no século IV há uma preocupação particular, pois se buscava, em específico, a formação do governante para posteriormente bem governar a polis.É neste contexto que surgem as academias e as escolas superiores.

FONTE: livro História da educação e da Pedagogia – Geral e Brasil, resenha professor Valdir