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História começou com a avó Ubaldina, há 62 anos
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A baiana do acarajé é uma herança do candomblé. Antigamente, dentro dos preceitos como filhas-de-santo, elas saiam para mercar de porta em porta, em pregões noturnos pelas ruas de Salvador. De tabuleiro na cabeça, soltavam a voz para que as pessoas dentro das casas pudessem ouvi-las.
Com o passar do tempo, a venda ambulante foi sendo substituída pelos pontos fixos, nas esquinas das vias públicas. As baianas chegavam à tardinha, com os tabuleiros, apetrechos e a massa de feijão fradinho para fritar os acarajés no azeite de dendê, usando fogareiros a carvão. Os abarás eram levados prontos, feitos em casa, onde também preparavam um molho especial, complemento indispensável, de pimenta malagueta cozida no camarão seco.
A primeira com tabuleiro fixo foi a avó de Dinha, que deu fama ao ponto e se transformou numa celebridade nacional.
UBALDINA, A PIONEIRA – Após ter trabalhado em várias residências no Rio Vermelho, a afamada cozinheira Ubaldina de Assis, especialista nas iguarias do cardápio afro-baiano, resolveu estabelecer-se com um tabuleiro de baiana. O local escolhido possuía status de “capital da república” do Rio Vermelho. Nele pulsava o coração do bairro, com o coreto, a igreja, e os mais destacados estabelecimentos comerciais do antigo balneário.
Ubaldina colocou o tabuleiro no Largo de Santana em 1944, bem defronte à entrada principal da Igreja-Matriz, na calçada de uma padaria encostada no prédio que tinha abrigado o Hotel Centro Recreativo, agora ocupado por moradores fixos e com uma casa comercial no térreo. Foi o primeiro tabuleiro de acarajé a surgir no Rio Vermelho, enterrando um velho preconceito de que “comer na rua era coisa de gente sem educação doméstica”.
RUTE DE ASSIS – Rute de Assis, filha de Ubaldina, que ajudava a mãe desde a inauguração do tabuleiro, teve uma menina em 20 de maio de 1951. O parto foi na maternidade do Hospital das Crianças Alfredo Magalhães,