Padroes de cultura Ruth Benedict
O livro Padrões de Cultura (1934) foi traduzido para quatorze idiomas e publicado em diversas edições como leitura introdutória em muitos cursos de antropologia em universidades americanas por muitos anos. A ideia central de “Padrões de Cultura” é, na opinião de Margaret Mead “a visão que ela teve das culturas humanas como ‘grande regulamento de personalidade’ ”. Cada cultura, explica Benedict, seleciona dentro da “grande gama das potencialidades humanas” algumas poucas características aceitas como formas adequadas de conduta das pessoas que fazem parte dessa cultura. Por exemplo, ela descreveu a ênfase na “restrição” nas culturas dos povos Pueblo do sudoeste americano, e a ênfase no “desprendimento” nas culturas nativas das Grandes Planícies americanas. Ela descreveu como na Grécia Antiga a adoração a Apolo destacava a ordem e a calma em suas celebrações. Em oposição a isto, os adoradores de Dionísio, o deus do vinho, enfatizaram a vida em estado selvagem, o despojamento e a despreocupação com os rumos dos acontecimentos. Isto não estava ausente nas culturas nativas das Américas. Descreveu em detalhes os contrastes entre rituais, crenças, preferências pessoais de povos de diferentes culturas para mostrar o quanto cada cultura tinha uma “personalidade” que era estimulada em cada indivíduo.
Outros antropólogos da escola da “cultura e personalidade” enveredaram por esse raciocínio – notavelmente Margaret Mead em “Coming of Age in Samoa” (Chegando à Maioridade em Samoa) e “Sexo e Temperamento em Três Sociedades Primitivas”. Abram Kardiner foi influenciado por essas ideias, e nesse momento nasceu o conceito de “personalidade modelo”: o conjunto de características que se pensou observar em pessoas de qualquer cultura dada.
Benedict, em “Padrões de Cultura”, expressa sua confiança no relativismo cultural. Sua pretensão foi demonstrar que cada cultura possui seus próprios imperativos morais, que só poderiam ser compreendidos se se estudasse a