Pacificação
No Complexo do Alemão na zona norte, ocupado pelo Exército desde novembro de 2010, militares dizem que ataques de bandidos contra as tropas se intensificaram nas últimas semanas. Apenas em fevereiro deste ano, quase 90 ataques foram registrados pela Força de Pacificação do Exército.
No Morro do São Carlos, no centro da cidade, o Batalhão de Operações Especiais (Bope) teve que reocupar a comunidade em fevereiro deste ano, nove meses depois da instalação de uma UPP na área, devido à persistência da atuação de criminosos armados na favela.
No Morro do Salgueiro, na zona norte da cidade, que ganhou uma UPP em setembro de 2010, policiais e criminosos trocaram tiros durante um baile funk na comunidade, na semana passada, deixando dois feridos.
Para o especialista em segurança pública da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Michel Misse, a violência nas favelas é um fenômeno histórico, que não será resolvido nesse governo.
“A pacificação é um processo em andamento. Não é um processo simples, linear. Todos os principais fatores que estiveram envolvidos nos últimos 30 anos, na construção do problema, vão reaparecer aqui, vão reaparecer ali. O papel do Estado é ir regulando e controlando esses fatores. Agora, é um processo lento e isso não vai ser resolvido só nesse governo”, disse.
De acordo com Misse, já que o problema levará tempo para ser resolvido, é preciso saber se a política de pacificação terá continuidade ou não nos