Ovos e larvas de peixes
Partindo do ponto de vista social, os rios de maneira geral apresentam grande reflexo econômico na obtenção de alimentos e produção de energia, consequentemente sujeitando estes ambientes a impactos relacionados à ação antropogênica. Diante deste fato, Agostinho et al. (2005) cita as principais causas da perda da biodiversidade em ecossistemas aquáticos continentais brasileiros, são elas, eutrofização e poluição, construção de barragens e controle de cheias, assoreamento, pesca e a introdução de espécies.
O Parque Nacional de Ilha Grande, região onde localiza-se a área de amostragem do presente estudo, é formado por conjuntos de ilhas denominado arquipélago fluvial de Ilha Grande e por uma extensa área de remanescente de várzeas associadas ao leito do rio Paraná apresentando numerosas lagoas marginais consideradas fundamentais para o desenvolvimento das formas jovens de peixes que mais tarde suportam a pesca na calha do Rio Paraná (AGOSTINHO et. al., 1994).
As lagoas marginais são ambientes reconhecidamente importantes para o desenvolvimento das larvas de peixes de espécies migradoras e sedentárias por ser um local que apresenta características específicas como, fluxo de água com velocidade reduzida, presença de macrófitas que provêm abrigo contra predadores, além de plânctons e outros invertebrados que fornecem alimento abundante (ESTEVES, 2011; LOWE-MCCONNELL, 1987) nessa fase onde as larvas estão mais vulneráveis (AGOSTINHO et. al., 1997), desempenhando um papel relevante no metabolismo de todo o ecossistema (ESTEVES, 2011).
Estudos a respeito das comunidades de peixes podem ser considerados adequados após o conhecimento das fases iniciais das espécies, pois o estágio de desenvolvimento larval é considerado período crítico por apresentar exigências ecológicas distintas como, tipos de hábitat, alimentação e comportamento (LEIS; TRNSKI, 1989) e alterações morfológicas principalmente no trato digestório decorrentes da passagem da alimentação