OVNIS
O relato foi parar às primeiras páginas dos jornais americanos e causou uma enorme sensação. Tal foi o impacto da notícia que, nas semanas que se seguiram, surgiram centenas de relatos e avistamentos de discos voadores (como os jornais lhes chamavam).
Mas a verdade é que Kenneth Arnold nunca afirmou ter visto discos voadores. A expressão surgiu devido ao erro de um jornalista. Ou seja, o mito da existência de naves extraterrestres em forma de disco voador assenta num pressuposto errado: o que Arnold viu foi outra coisa.
Acho estranho como poucas vezes se fala no desmentido de Arnold e se continua, ainda hoje, a considerar a expressão discos voadores.
O piloto acabou por corrigir o erro do jornalista em 1977, durante o Primeiro Congresso OVNI Internacional no qual participou como orador. Arnold afirmou então que o termo disco voador surgiu por causa de um grande mal-entendido do repórter que escreveu a história para a United Press. Bill Baquette – o jornalista em questão – perguntou-lhe como voavam esses objectos. Arnold respondeu que eles voavam de uma forma errática, como um disco, se você o atirar pela água.
A intenção da metáfora era descrever o movimento dos objectos – não a sua forma. Os objectos nem sequer eram circulares, declarou Arnold.
Kenneth Arnold mostra o desenho feito no relatório enviado à Força Aérea: nunca foi um disco voador. É difícil descrever os objectos que vi, declarou o piloto. O melhor que posso imaginar é dizer que tinham a forma de um besouro.
Longe, portanto, da perfeição geométrica extraterrestre que muitos anos de histórias e relatos ajudaram a mitificar. Ironia: o homem cujo testemunho deu origem ao frenesim dos discos voadores nunca