Ovinos
Lã
Diferentemente dos países com maior produção de lã, que empregam medidas objetivas de estimativa de diâmetro da fibra para a formação de lotes homogêneos e venda denominada "sale by sample" ou "sale by description", o produto, vendido em cooperativas de produtores, barracas ou mesmo diretamente aos lanifícios, ainda obedecem aos critérios tradicionais de classificação para a formação de lotes (Oliveira & Kennedy, 1989), ou seja, a finura visual baseada no número de ondulações nas mechas de lã (Merina, Amerinada, Prima A, Prima B, Cruza 1, Cruza 2, cruza 3, Cruza 4, etc). Adicionalmente, estamos hoje assistindo a um panorama diferente, pois, na ânsia de produzir carne de ovinos em base a cruzamentos, observa-se uma diminuição da qualidade do produto. A orientação dos cruzamentos é fatal à indústria da lã, pois há estudo (Oliveira et al., 1995) que mostra que cruzamentos entre raças especializadas em produzir seu produto de alta qualidade, (carne ou lã) produzem efeitos indesejáveis à qualidade de uma fibra nobre como a lã.
Pele
As informações referentes ao tema revelam que existem problemas na qualidade das peles ofertadas ao setor coureiro. Embora os curtumes gaúchos detenham tecnologia para atender mercados exigentes, falta matéria prima de qualidade para atender as necessidades do mercado interno e externo. É por isso que há necessidade de importação de peles de outros países da América do Sul, e, às vezes, da Austrália e Nova Zelândia. Outro fator de risco refere-se à estacionalidade de oferta de matéria prima, já que não existe um fluxo normal de abate de ovinos, durante as safras de 1994/96.
Um levantamento realizado em três plantas industriais nas safras de 1994/96, com abates no último trimestre de cada ano, visou caracterizar, quanto à qualidade, as peles provenientes de frigoríficos e abatedouros de ovinos. Foram observadas 12.150 peles frescas, Tipo Adulto e Borrego com Lã, de várias raças e origens,