Osvaldopessoa

3590 palavras 15 páginas
Atividade 1: Teoria do conhecimento e filosofia da ciência I
Prof. Osvaldo Pessoa Jr. - Noturno
Aluno: Thiago Pignata Carezzato – Nº USP: 8033381

1.
(a) A fim de nos decidirmos se a explicação de Cleomedes acerca do eclipse lunar constitui ou não conhecimento segundo a definição tripartida, é preciso, antes de tudo, ter em mente no que ela consiste para Platão. Essa definição aparece em diversos diálogos platônicos entendida como uma “opinião verdadeira justificada”. Assim é preciso verificar se a tese de Cleomedes, segundo a qual “a Lua não é eclipsada de outra maneira que não seja por passar na sombra da terra”, corresponde aos três gêneros da definição. Ora, que ela se enquadre no gênero da opinião é fácil ver. Com efeito, se consideramos uma opinião como qualquer proposição acerca de algo, um enunciado que afirme ou negue qualquer coisa, vemos sem maiores problemas que a tese em questão é uma opinião nesse sentido. Muito mais complexa é a sua caracterização como verdadeira. Pois a noção de verdade, nos gregos, é compreendida como correspondencial, isto é, o enunciado em questão deve corresponder à realidade das coisas. Como aqui não cabe problematizar a onto-logia envolvida nessa concepção de verdade, podemos admitir que a explicação do eclipse lunar desenvolvida por Cleomedes é verdadeira. Nos permitimos fazer isso porque a explicação desse fenômeno como sendo causado devido ao alinhamento da Terra entre a Lua e o Sol fazendo com que a sombra da terra oculte inteira ou parcialmente a Lua, é a explicação até hoje utilizada pela ciência como explicando aquilo que ocorre de fato nesse fenômeno. Assim, a tese de Cleomedes já nos aparece como sendo uma opinião verdadeira, mas isso não nos permite ainda afirmar que se trate de um conhecimento. É necessário ainda que ela se apresente também como justificada. A pergunta é, portanto, se a tese é apresentada a partir de justificativas racionais ou por motivos de outra ordem. Defendemos aqui que os enunciados de

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