Os versos de ouro de Pitágoras
Os Versos de Ouro da tradição pitagórica constituem um documento de valor inestimável. Este texto breve e único é um mapa preciso do caminho prático para a sabedoria divina.
É verdade que o documento tem sido mantido em um relativo esquecimento, como tantos outros que pertencem à sabedoria tradicional do ocidente. Mas isso só aumenta o valor da sua descoberta pessoal por parte do leitor. Por outro lado, o significado desse texto brilha hoje dentro de um contexto maior, pelo qual as filosofias clássicas grega e romana vêm, desde o século 20, recuperando gradualmente a sua visibilidade e a sua popularidade.
Traduzo os Versos a partir do texto de Hierocles de Alexandria [1], com base na versão inglesa feita por N. Rowe em 1707, e adotada hoje pela maior parte dos estudiosos da tradição pitagórica[2]. Examinei outras versões dos Versos, em vários idiomas, mas opto por essa versão de Hierocles em inglês, cotejada, em alguns casos, com a de Fabre d’Olivet. Acrescento comentários e informações adicionais com base na filosofia clássica e na filosofia esotérica.
Os Versos de Ouro expressam em poucas palavras e com uma clareza definitiva o compromisso de vida dos pitagóricos de todos os tempos. Sua mensagem será provavelmente tão atual dentro de 20 ou 25 séculos como era na Grécia e na Roma antigas. Por outro lado, durante a complexa transição atual para uma civilização planetária e democrática, os Versos apontam e sinalizam impecavelmente o caminho da autoregeneração de cada indivíduo, que constitui a base fundamental para um renascimento coletivo da sabedoria no futuro a médio prazo.
A seguir, pois, um texto imortal, que se pode e deve ler e reler muitas vezes ao longo do tempo. É um mapa, um guia e um tratado completo sobre a vida dos sábios.
1. Honra em primeiro lugar os deuses imortais, como manda a lei.
Os deuses ou espíritos imortais são os grandes instrutores da humanidade, os Adeptos mencionados na literatura teosófica