Os Tudor: um século de poder
Os Tudor conseguiram dar fim a uma guerra civil, criaram uma nova religião e colocaram a Inglaterra no caminho para se tornar uma potência. Isso tudo em apenas 100 anos
Vinícius Rodrigues | 10/06/2009 06h00
Aos 69 anos, Elizabeth I estava cansada, velha demais para os padrões da época e solitária. A "rainha virgem" passou seus últimos meses de vida na cama, recusando qualquer atendimento médico. No leito, a monarca recebeu a visita do arcebispo John Whigtift. Ele tomou suas mãos e lhe falou sobre o paraíso. Elizabeth respondeu retribuindo o aperto de mãos, contente pelo que ia encontrar nos céus. Morreu nas últimas horas de 24 de março de 1603, no palácio de Richmond, no condado de Surrey. "Foi com tristeza que a notícia da morte percorreu Londres na manhã seguinte. A rainha governara o reino por quase 45 anos e não havia deixado descendentes diretos", diz Heather Thomas, historiadora galesa especializada na história de Elizabeth I. Com o fim do reinado, a dinastia Tudor, após 118 anos, chegava ao fim. Os Tudor assumiram a coroa inglesa em 1485. Henrique VII deu início à linhagem que teve como sucessores Henrique VIII, Eduardo VI, Mary I e Elizabeth I. Durante a dinastia, houve o rompimento com a Igreja Católica e a fundação da Igreja Anglicana e a Inglaterra atingiu alto nível de desenvolvimento político, econômico e cultural. É sob os Tudor que se tem o período mais florescente da expansão e consolidação do poderio britânico, na política européia, no comércio e nas finanças, na expansão ultramarina e na independência religiosa, afirma Estevão Martins, professor de História na Universidade de Brasília.
MANOBRAS PELO TRONO
Henrique Tudor nasceu em 1457 no País de Gales, filho de Edmund Tudor, o conde de Richmond, e Margarida Beaufort, trineta de Eduardo III, rei da Inglaterra entre 1327 e 1377. Embora tivesse direito ao trono, Henrique não pertencia à linha de sucessão direta. Por 30 anos, até então, o poder se alternava entre os Lancaster e