Os três tipos puros de dominação legítima

Em síntese, tem-se que a dominação funda-se em inúmeros motivos de submissão. Depende, ora de uma constelação de interesses, ora de um costume ou, até mesmo, no afeto. Na relação “dominante-dominado” a dominação costuma apoiar-se em bases jurídicas e essas são três: a dominação legal, a dominação tradicional e a dominação carismática. A dominação legal é filtrada em dominação burocrática, na qual a associação dominante é eleita e ela e todas as suas partes são empresas. Nela obedece-se a uma regra estatuída e não à pessoa. O que ordena é o “superior” e seu poder é legitimado pela regra estatuída, já mencionada. Já o que recebe as ordens é o funcionário do tipo de “formação profissional” e seu ideal se baseia em não se influenciar por motivos pessoais. Na dominação legal, o dever de obediência é hierárquico. A dominação legal baseia-se, também, na relação de domínio de uma empresa capitalista privada. Ela é parcialmente heterônoma, heterocéfala e autocéfala. A burocracia é o tipo mais puro de dominação legal, porém, nenhuma dominação é inteiramente burocrática, pois não é exercida por funcionários contratados. Da mesma forma, ela não é o único tipo de dominação legal, uma vez que sempre que a administração esteja fundada sobre regras estatuídas e o exercício do direito de domínio seja congruente com o tipo de administração legal. A dominação tradicional existe há anos. É o tipo de dominação baseada no poder dos senhoriais. Nesse tipo de dominação, diferentemente da dominação legal, o tipo do que ordena é o “senhor” e do que recebe as ordens é o “súdito”. Nela, obedece-se pela fidelidade, dignidade própria do senhor. No que se refere ao quadro administrativo, o fundamento é o mesmo, tem-se pessoas dependentes do “senhor”, ligadas a ele por um vínculo de fidelidade. Nesse tipo de dominação, falta o conceito burocrático de competência. Da mesma forma, vemos a administração por meio de elementos patrimoniais dependentes, como servos e escravos, como o tipo mais