Os Três Clássicos da Sociologia
Durkheim foi o fundador da escola francesa de Sociologia, ao combinar a pesquisa empírica com a teoria sociológica. Ainda sob influência positivista, lutou para fazer das Ciências Sociais uma disciplina rigorosamente científica. Durkheim entendia que a sociedade era um organismo que funcionava como um corpo, onde cada órgão tem uma função e depende dos outros para sobreviver. Ao seu olhar, o que importa é o indivíduo se sentir parte do todo, pois caso contrário ocorrerá anomalias sociais, deteriorando o tecido social.
A diferença entre Comte e Durkheim é que o primeiro crê que se tudo estiver em ordem, isto é, organizado, a sociedade viverá bem, enquanto Durkheim entende que não se pode receitar os mesmos “remédios” que serviu a uma sociedade para resolver os “males” sociais de outras sociedades.
Pela sua perspectiva, o cientista social deve estudar a sociedade a partir de um distanciamento dela, sendo neutro, não se deixando influenciar por seus próprios preconceitos, valores, sentimentos.
No seu pensamento, a religião tem um importante papel na sociedade, já que é impossível coesão social sem ela. Assim, a religião adquire um caráter dinamogênico, isto é, aquilo que dá vida aos homens em sociedade. Ele estava engajado na discussão dos grandes temas da época: o solidarismo, a educação, a coesão social, a fundação de uma moral secular.
Durkheim formulou a principal regra da análise sociológica: o fato social deve ser compreendido como “coisa”; pressupôs que a consciência coletiva tem uma proeminência sobre a consciência individual. Nessas sociedades, tem-se uma solidariedade mecânica, a pressuposição era semelhança entre os indivíduos, e na solidariedade orgânica, será a diferença nas suas crenças e ações.
Como a sociologia não parte da ideia da existência de seres sobrenaturais, Durkheim analisa a religião não segundo as crenças mas sim segundo a dicotomia entre duas classes distintas de objetos e símbolos: o sagrado e o profano.