Os territórios do historiador
Em torno dessa noção ambígua de “territórios” os debates atuais abordam finalmente a questão da identidade da história seja em relação às outras disciplinas da área das ciências humanas coma s quais ela compartilha certos métodos de pesquisa, seja em relação a si mesma, ou seja, em relação a seus diferentes objetos de estudo. A principal conquista dessa dinâmica interdisciplinar foi a capacidade do historiador em se interessar por tudo , sem se limitar ao que, ate recentemente, delimitava o campo da história.
Embora contestada pelo relativismo e comunitarismo, a aspiração da história a cientificidade passa pela crença em sua objetividade. Esse questionamento não se limita apenas a história, mas é um problema recorrente em outras disciplinas. Antes mesmo do desenvolvimento das correntes desconstrutoras, não havia dúvida sobre a distinção entre a história e as ciências exatas, mesmo a história social, propensa à objetivação quantitativa, evitou formular “leis” da história. Ademais, podemos supor que o franco conhecimento dos estudantes de história no campo das ciências duras levou a uma abordagem mais discursiva da disciplina histórica. E na medida em que se visou abarcar o conjunto dos objetos sociais, impôs-se à história a necessidade de fazer empréstimos conceituais e avaliações técnicas de outras disciplinas.