Os sete saberes necessários à educação do futuro (resenha)
Osmar Rufino Braga
Introdução
Quais seriam os saberes necessários à educação do futuro, considerando que caminhamos para a consolidação da chamada "Sociedade da Aprendizagem"? A UNESCO pediu e Edgar Morin respondeu a questão no livro "Os sete saberes necessários à educação do futuro", publicado pela Editora Cortez em 2001, no qual faz uma profunda e transdisciplinar reflexão sobre a educação.
Neste pequeno texto, fazemos uma síntese das principais idéias da obra de Edgar Morin.
1. As cegueiras do conhecimento: o erro e a ilusão
Neste capítulo, o autor questiona a cegueira da educação, que não enxerga o que é o conhecimento humano, seus dispositivos, enfermidades, dificuldades, tendências ao erro e à ilusão; não se preocupa em conhecer o que é conhecer. Portanto, defende que se conheça a natureza do conhecimento, implicando no estudo das características cerebrais, mentais, culturais dos conhecimentos humanos, de seus processos e modalidades, das disposições psíquicas e culturais que conduzem esse conhecimento ao erro e à ilusão. Morin entende que todo conhecimento comporta risco de erro e ilusão. Nossa percepção é limitada, pois nossa subjetividade (emoções, sentimentos, temores, etc.) é marcada por preconceitos. E esses preconceitos decorrem de problemas que se originam em nossa mente, na nossa formação intelectual e nas idéias fixas que absorvemos ao longo de nossa vida e que guiam nossas concepções, escolhas e atitudes. Portanto, é preciso vigiar nossas formas de aprendizagem e conhecimento. 2. Os princípios do conhecimento pertinente Nesta parte de sua obra, Morin defende e sugere como deve ser entendido e utilizado o conhecimento, chamando a atenção para a necessidade de organizar todas as informações, aprendizagens e articula-las em suas várias dimensões. Diz que o verdadeiro conhecimento deve ser pertinente, isto é, tem que considerar as relações entre os elementos que o geram. Nesse