Os servos como produtores diretos
A forma de trabalho característica do feudalismo é a servidão. É uma situação intermediária ou híbrida entre o escravo (ele mesmo propriedade de outro homem) e o operário da era capitalista (possuidor e disponibilizador de sua força de trabalho), entretanto seria insuficiente e perigoso caracterizar essencialmente o modo de produção feudal pela servidão, sem caracterizar que tipo de servidão é esta. A servidão feudal resulta da convergência expontânea e mútua de situações e fatos que levaram tanto senhores quanto servos a se agruparem em uma sociedade feudal.
Enquanto os senhores feudais detinham o controle do meio de produção, os servos eram o objeto transformador que conduzia a esta produção, detendo a mão de obra necessária ao senhor, destinando a este, como pagamento pela terra arrendada, parte de sua produção e parte de sua força de trabalho, que as vezes chegavam a dois terços do tempo de trabalho de um ano.
Parte do excedente de produção era utilizado no comércio entre feudos em trocas de produtos, entretanto o excedente de produção normalmente não era expressivo o suficiente para caracterizar uma relação comercial estável ou uma possível cultura de produção acima da de subsistência.
Várias técnicas de produção aumentaram o nível da produtividade do trabalho. No entanto, a produção em pequena escala, típica da Idade Média, era inadequada para promover o aperfeiçoamento dos utensílios de trabalho. Os padrões organizados da oficina medieval não eram de molde a encorajar inventos e melhoramentos. As guildas medievais (sociedades de pequenos produtores que trabalhavam em suas próprias terras e contratavam aprendizes ou diaristas) faziam o possível para obstruir o aperfeiçoamento das técnicas ou da organização do trabalho, receando que isso levasse a uns enriquecerem mais que outros. Entretanto, a necessidade de expandir a produção fazia-se sentir cada vez mais. Isto acontecia particularmente com as