OS SERINGUEIROS E A COMPANHIA FORD NO OESTE DO PARÁ
Chirlene Campos¹
Ingrid Duarte¹
Alan Dadalt¹
Elton Maikon Pimentel¹
Fernando Lopes¹
Fernando Ribeiro¹
Luciana Ludgerio¹
Sidney Ferreira¹
Waldeir Santos¹
Sandra Maria Silva²
RESUMO
Desde o início da segunda metade do século XIX, a borracha passou a exercer forte atração sobre empreendedores visionários, com ênfase maior no início do século XX. A Amazônia, nesse contexto, surgiu como uma área propícia aos anseios destes visionários. A vinda da Companhia Ford para Belterra e Fordlândia com incentivos do governo do Estado do Pará teve o intuito de melhorar a economia da região, caracterizando o processo de transformação que envolveu fatores econômicos, sociais e culturais. Este trabalho de pesquisa teve como objetivo investigar quais as imposições culturais norte-americana sobre a cultura amazônica e nordestina durante as atividades da Companhia Ford em Fordlândia e Belterra. A pesquisa caracterizou-se como qualitativa descritiva, bibliográfica e documental. Foram realizadas entrevistas com ex-soldado da borracha, uma viúva de seringueiro, além de terem sido utilizados documentos do Museu do Seringueiro de Belterra, artigos científicos e livros. A implantação da Companhia Ford Industrial do Brasil foi um marco na economia e no processo social de ocupação da Amazônia. Os seringueiros viram na implantação da Companhia uma possibilidade de melhoria de vida, as ofertas e vantagens oferecidas, como escolas, transportes e hospitais, atraíram os seringueiros remanescentes do primeiro ciclo da borracha e os nordestinos que enfrentavam uma grande seca no estado. Em contrapartida, a Companhia dispunha de mão-de-obra barata, fertilidade do solo em abundância, fácil acesso de navios de grande porte, além da posse da maior área de produção gomífera do mundo. Porém a relação que tinha razões para ser promissora pautou-se em tensões em virtude do choque cultural, no qual o caboclo e o nordestino se viram submetidos a