Os rituais de mortes em diferentes culturas
Ritual de morte no Ganges
Morrer em Varanasi, às margens do rio sagrado, é uma graça.
A cidade está cheia de velhos e doentes, que vão pra lá esperar a morte. Todos os dias chegam corpos de todos os cantos da Índia: eles vem em trens abarrotados, ou presos à capota dos carros.
Morrer em Varanasi, ser cremado à beira do Ganges, aumenta em muito a possibilidade de escapar da roda das encarnações.
Você pode saber, pela cor das mortalhas, se se trata de uma mulher, se ela é solteira ou casada, de homem ou de um velho.
O ritual é comovente. Há um sacerdote que conduz a cerimônia -assistida só pelos homens da família. O filho mais velho deve raspar a cabeça e vestir o dothi, roupa branca que vestia Gandhi. Cabe a ele acender a pira funerária, depois de dar sete voltas pelo corpo do pai ou da mãe.
Começando a queimar, é preciso partir a cabeça do morto, e é nesse momento que a alma se desprende do corpo.
Depois, as cinzas são atiradas ao Ganges.
Não são cremados: os homens santos, porque já não vão reencarnar mesmo.
Nem as crianças: porque precisam voltar para acabar de viver todas as cores da vida.
Esses são amarrados a uma pedra e afundados no rio.
Ritual de morte dos Kaingang, grupo indígena no Brasil
Os Kaingang acreditam que o morto vive mais de uma vida depois que morre e que se transforma num mosquito ou numa formiga preta. Entre os meses de abril e junho realiza-se um rito para que o morto vá embora. A cerimônia é realizada durante a tarde. O defunto Kaingang atravessa três etapas:
1. Sepultamento: em que se separa dos vivos.
2. Transição: em que se afasta dos vivos, mas constitui uma ameaça pra eles.
3. Incorporação: não mais no mundo dos vivos, mas dos mortos, quando, é definitivamente afugentado da aldeia. Para que a comunidade saiba que em breve será realizado o rito, um ramo é colocado sobre o túmulo.
A morte na cultura africana
Na