OS REFERENCIAIS TEÓRICOS E A APLICABILIDADE DO ÓCIO
* BRUNO DOS SANTOS RAMOS
O processo contínuo de vivência do ser humano constitui uma série de paradigmas e concepções que são postuladas ao longo do processo de educação. Não se refere, aqui, à educação escolar, mas sim à educação cultural, aquela que é passada de pais para filhos, por gerações, de acordo com um modo coletivo de se constituir a integração de pessoas no grupo onde se vive. No processo escolar, o individuo adquiri conhecimentos para tornar sua prática diária mais fácil e produtiva.
As definições de trabalho perpassam as concepções antropológicas, cientificas, e sociais de cada elemento constituinte de uma sociedade. Alguns resquícios refletem os traços em que são formadas as ideologias em relação ao processo de integração do indivíduo num determinado grupo uma vez que deverá se adequar as condições deste. Sabe-se, entretanto, que a dedicação ao exercício de uma função exige referenciais que tornam a prática desta, marca registrada de uma comunidade. Podem-se citar como exemplo disto a organização de uma sociedade indígena, os homens cuidam da caça enquanto as mulheres cuidam da produção de alimentos.
Na sociedade moderna discute-se, atualmente, sobre as condições e maneiras de conduzir este trabalho. Uns apresentam teorias de trabalho coletivo, outros trabalham a individualidade. O que permite esta discussão é a concepção do termo “ócio”, que apesar de ser tema e assunto frequentes em grandes discussões, sua definição não é clara para alguns.
No processo que envolve o trabalho, o “ócio” está ligado a um referencial temporal. A distinção de tempo dedicado ao trabalho e tempo livre é o marco inicial deste texto. Josep Mª Puig em A pedagogia do ócio esclarece, “o ócio supõe a liberação das obrigações do trabalho e a disponibilidade pessoal do tempo”. Quanto isso um leigo no assunto o compreenderia como tempo livre, o que não se configura com o sentido original da palavra.