Os psicofármacos

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Os psicofármacos, como todo remédio possui seus efeitos principais e seus efeitos colaterais. Os remédios antidepressivos possuem como efeitos principais o aumento da sensação de bem-estar e a diminuição de sentimentos relacionados à depressão como desesperança e inutilidade. Ao mesmo tempo, muitos desses remédios possuem efeitos colaterais como boca seca, baixa de apetite, disfunção sexual, insônia ou hipersonia, pensamentos de morte, ideiais e atos suicidas, diminuição do desejo sexual, entre muitos outros. O mais interessante é que muitos desses efeitos colaterais são justamente sintomas e critérios diagnósticos da própria depressão que esse remédio tenta curar!
Mas como separar então esses efeitos? A questão é que não se pode. Tanto os efeitos principais quanto os secundários são efeitos reais dessas drogas. Acontece que os efeitos principais são os desejados e os vendidos, os colaterais são os que o paciente leva de brinde mas ele não quer. Não existe diferença. Alguns médicos irão dizer que esses efeitos colaterais acontecem em casos raros, mas eles esquecem de dizer que muitas vezes os efeitos principais também acontecem com a mesma frequência e muitas vezes somente os efeitos colaterais acontecem e nenhum dos efeitos principais são sentidos.
Uma metáfora utilizada para se compreender a diferença entre efeito principal e efeito colateral está no dano colateral de uma guerra. Vamos supor que um determinado ataque a um inimigo tenha como objetivo destruir determinada base militar. Porém, essa base está em uma região civil e é inevitável que alguns civis que não possuem nada com a guerra nem tem ligações com a base militar sejam mortos e tenham seus lares destruídos. Essa destruição do ambiente civil é chamada de dano colateral, enquanto a destruição da base militar seria o dano princial. O problema disso é que muitos dos ataques não destroem as bases militares e só provocam o dano colateral – o que nos faz perguntar qual a vantagem de tamanha destruição se

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