Os Portugueses Na Índia
A 20 de Maio de 1498, o navio de Vasco da Gama desembarcou em Calecute, um porto aberto de especiarias na costa de Malabar, na Índia, famoso e muito frequentado. Este era o primeiro mercado de especiarias na grande plataforma comercial da Índia.
O sucesso dos portugueses, ao chegarem à Índia Ocidental e aí criarem uma presença marítima permanente, representou uma mudança revolucionária na direção e organização do antigo comércio transcontinental, que ia desde Cantão, na China, até Alexandria e Veneza, no Mediterrâneo.
A posse de Goa garantiu aos portugueses uma base firme que assegurasse o futuro Estado e império da Índia. Era suficientemente longe dos reinos insulares e suficientemente perto dos mercados de especiarias na costa ocidental da Índia.
Em Calecute, após alguns conflitos com os mercadores árabes que detinham o monopólio das especiarias através de rotas terrestres, Vasco da Gama conseguiu assegurar uma carta de concessão para as trocas comerciais com o Samorim, o governador de Calecute. Aí deixou alguns portugueses para estabelecerem um porto comercial.
O novo caminho para as especiarias, inaugurado com a viagem de Vasco da Gama pela rota do Cabo da Boa Esperança em 1498, atraiu florentinos, genoveses e venezianos interessados no comércio, fazendo dos mercadores das cidades italianas os pioneiros na divulgação dos feitos portugueses nas Índias.
De todas as especiarias existentes no Oriente e cobiçadas pelos europeus, nenhuma era mais importante e mais valiosa do que a pimenta. Esta era, nos séculos XVI e XVII, fundamental para a economia europeia. Também o sal era produto de destaque, usado para preservar a carne por vários meses, mas a pimenta e o cravo eram considerados imprescindíveis para tornar o sabor das conservas menos repulsivo. Na Europa o preço da pimenta era altíssimo e na Índia os hindus só aceitavam trocá-la por ouro. Os portugueses chegaram a trazer dois milhões de toneladas de pimenta por ano,