Os partidos pol ticos no Brasil revisado
Introdução
A falta de identidade política, juntamente com a falta de propósitos, a inexistência de boa vontade, a ganância pelo poder, geram uma constante movimentação nos quadros das legendas partidárias. Não sabemos, hoje, quem realmente é de esquerda ou de direita, uma vez que todos são de esquerda ou de direita para obterem os seus fins sem justificar os meios. Tal fato marca fortemente a longa história dos partidos políticos existentes no Brasil há mais de cento e setenta anos. Contudo, dos mais de duzentos partidos que surgiram ao longo desse período, nenhum deles durou muito.
Não existem partidos políticos centenários no país, como é comum, por exemplo, nos Estados Unidos, onde democratas (desde 1790) e republicanos (desde 1837) alternam-se no poder. E o motivo de toda essa precariedade partidária e falta de enraizamento histórico de seus programas nas camadas sociais reside na flagrante inconstância da vida política brasileira.
A história remete ao pós-independência, quando a facção dos exaltados – expressão dos sentimentos nacionalistas – digladiava-se com a dos caramurus, que representavam os interesses lusitanos ainda fortemente presentes no Brasil, mas somente após a queda do Imperador D. Pedro I – afastado pelo Golpe de 7 de Abril de 1831 – é que os partidos políticos assumiram uma função institucional.
2.1 - Periodo Imperial
Até 1837 não se pode falar em partidos políticos no Brasil. Nesse ano formaram-se as duas agremiações que caracterizaram o Segundo Reinado, a dos Conservadores, chamado Partido Conservador (saquaremas) e a dos Liberais, chamado Partido Liberal (luzias).
Partido Conservador: Os conservadores defendiam um regime forte, com autoridade concentrada no Trono e pouca liberdade concedida às Províncias.
Partido Liberal: Os liberais inclinavam-se pelo fortalecimento do Parlamento e por uma maior autonomia provincial.
Ambos eram pela manutenção do regime escravista, mas os liberais aceitavam a sua