Os paradigmas da Imagem
No capítulo 11, “Os Três Paradigmas da Imagem” do livro Imagem – Cognição, Semiótica, Mídia. Lúcia Santaella propõe três paradigmas no processo de produção da imagem. O paradigma pré-fotográfico, o fotográfico e o pós-fotográfico. “O primeiro paradigma nomeia todas as imagens que são produzidas artesanalmente, quer dizer, imagens feitas à mão, dependendo, portanto, fundamentalmente da habilidade manual de um indivíduo para plasmar o visível, a imaginação visual e mesmo o invisível numa forma bi ou tridimensional. Entram nesse paradigma desde as imagens nas pedras, o desenho, pintura e gravura até a escultura.” (SANTAELLA, 2009, pág. 157) Sendo assim, o primeiro paradigma, para Santaella, dependia da perspectiva do autor e sua capacidade de produzir imagens a partir de seu instinto fotográfico, o que chamou de produzir imagens artesanalmente, ou seja, dependendo da habilidade manual do fotografo. Já o segundo paradigma, o fotográfico, Santaella definiu como “produzidas por conexão dinâmica e captação física de fragmentos do mundo visível, isto é, imagens que dependem de uma máquina de registro, implicando necessariamente a presença de objetos reais preexistentes.” (SANTAELLA, 2009, pág. 157). Já no período pós-fotográfico, cujo meio de produção deriva da visão via matriz numérica – diferentemente do fotográfico e pré-fotográfico que foram derivados da expressão da visão via mão e autonomia da visão via próteses óticas, respectivamente – Santaella diz “O terceiro paradigma diz respeito às imagens sintéticas ou infográficas, inteiramente calculadas por computação. Estas não são mais, como as imagens óticas, o traço de um raio luminoso emitido por um objeto preexistente - de um modelo - captado e fixado por um dispositivo foto-sensível químico (fotografia, cinema) ou eletrônico (vídeo), mas são a transformação de uma matriz de números em pontos elementares (os pixels) visualizados sobre uma tela de vídeo ou uma impressora (Couchot 1988: 117).”