Os objetos são mais que prova de desenvolvimento tecnológico, exemplificação de meios de produção e sistemas econômicos. Os objetos são rastros deixados pelo ser humano e contam histórias. Os micrólitos pré-históricos, por exemplo, estão em museus e exemplificam determinado momento, local e grupo humano e, de fato, não foram feitos para que fossem guardados eternamente e para que fizessem lembrar algo milênios depois. Pode-se afirmar que o mesmo acontece conosco: não consideramos que tudo o que produzimos hoje virará história daqui um tempo. Somos cercados por influências externas e perdemos a noção do que realmente se precisa para o "viver bem" e o verdadeiro valor de todas as coisas. Atualmente, nada nos garante felicidade. Vivemos na era do hiperconsumo, do ego e da falta de importância para com a origem das coisas e porque elas acontecem. A deturpação dos valores das coisas é clara e está em frenético andamento. O real valor dos objetos não é lembrado enquanto são utilizados. O valor que está nos objetos e que não é evidente, como todo aquele - pessoa, indivíduo e não material - que se posicionou para que produto existisse, é esquecido e pouco reconhecido. Como se o produto não fosse produto de um trabalho realizado por indivíduos, mas teria vida própria e teria uma valoração de venda irreal e infundada; Isto o que Karl Marx queria dizer com o fetichismo das mercadorias. Bem como Anne Leonard diz em "A Linguagem das Coisas": "não pagamos o verdadeiro custo. O verdadeiro custo da produção não se reflete no preço". Imaginemos o mundo daqui a cinco séculos: teriam estes objetos significância suficiente para que estejam em um Museu do Século XXI, por exemplo? Não importa que valor tiveram, são esses objetos - poluídos por designs que brincam com a neurolinguística humana, que limitam a arte que corre de fronteiras formais - que nos representariam. É isso que vamos deixar para a nossa história e entendimento sobre a nossa espécie. Um amontoado de