Os novos valores da liderança
*Eduardo Zugaib
Durante um treinamento, os participantes receberam uma lista com 50 palavras que representavam valores, e foram orientados a escolher uma que melhor definisse o seu conceito ideal de liderança.
Entre todas as palavras, três ocuparam mais da metade das respostas. No lugar ação, visão, decisão, rapidez, direção, segurança, coragem – muito válidos, porém já óbvios quando o assunto é liderança –, ganharam destaque a espiritualidade, o equilíbrio e a parceria.
Hoje nas empresas existem até quatro gerações de profissionais em interação, distribuídas entre pessoas de
18 a 65 anos. Em maior quantidade estão os nascidos entre 1966 e 1980 (geração X) e os nascidos entre 1981 e 2000 (geração Y), que ocupam boa parte dos cargos e funções. Essa maioria até acata uma liderança que se baseia em valores óbvios, mas encontra dificuldade ao lidar com ela no dia-a-dia, principalmente quando não encontra um significado para o exercício de sua função, além dos salários.
Liderar com o óbvio é receita certa para uma empresa que pretende se tornar ultrapassada. Não ter uma liderança inspiradora em papeis gerenciais é correr o risco de manter nessas posições aqueles cujas ferramentas de trabalho são compostas por pressão, centralização de informações e até mesmo assédio moral, cujo limiar tornou-se ainda mais tênue nos últimos anos.
A espiritualidade - não religiosa, mas humanística - torna o líder não apenas um mero emissor de ordens, mas um orientador capaz de perceber o ambiente, compartilhando-o com seus liderados através de uma leitura mais real possível.
O equilíbrio ajusta a distribuição de poder a cada um da equipe, estimulando os colaboradores pela iniciativa.
A parceria reflete a forma como o líder entra em simbiose com sua equipe. Referir-se ao grupo como “30 pessoas abaixo de mim” ou “30 pessoas comigo” torna evidente a diferença que existe entre o chefe que
“empurra” sua liderança e o líder de verdade.