Os modelos políticos da américa latina e a influência internacional pós-independência
A América Latina, na sua condição de um conjunto de ex-colônias européias, foi fortemente influenciada política e ideologicamente pelos novos Estados europeus, principalmente após a Revolução Francesa. Os modelos seguidos são, principalmente, os oriundos dos Estados Unidos, França e Inglaterra, devido ao seu destaque na conjuntura mundial, fosse econômica, social, ou culturalmente. O ethos católico herdado dos espanhóis e portugueses, no entanto, não foi abandonado pelos colonos. Os povos latino-americanos são, como o norte-americano, bastante imbuídos da idéia de liberdade e de igualdade; uma, porém, é a concepção medieval, contrabalançada pela autoridade, segundo a doutrina católica de sociedade; a outra, a liberdade do indivíduo soberano; tendo as duas as mesmas bases, a segunda, entretanto, foi por um caminho cujo resultado criaria um certo atrito social. A máquina política latino-americana, apesar desta influência, se desenvolve de maneira distinta da norte-americana, influenciada por vários fatores, como veremos a seguir.
UM DEBATE COM ANALISTAS
“A formação do Estado nacional na América Latina corresponde a dois processos indissociáveis: a internacionalização do modo de produção capitalista que conduz à institucionalização do poder burguês no mundo todo e, por outro lado, os processos de emancipação das colônias ibéricas”.[1] De fato que a economia global, sobretudo a européia, exerciam fortíssima influência sobre a do novo mundo, e contribuíram, não somente para a criação de uma economia própria, mas também para a formação de um poder próprio, já livre do monopólio da metrópole.
Em um debate com a historiografia podemos analisar afirmações de diferentes especialistas no assunto. Iniciamos com Halperín Donghi, que afirma que a política hispanoamericana “nasce das dificuldades de adaptação de doutrinas pensadas em um contexto europeu a uma realidade em tantos