Os maias xiii-xiv
O ceticismo é a doutrina que afirma que não se pode obter nenhuma certeza absoluta a respeito da verdade, o que implica numa condição intelectual de questionamento permanente e na inadmissão da existência de fenómenos metafísicos, religiosos e dogmas. O termo originou-se a partir do nome comum dado a uma corrente filosófica originada na Grécia Antiga.
O ceticismo costuma ser dividido em duas correntes: * Ceticismo filosófico - uma postura filosófica em que pessoas escolhem examinar de forma crítica se o conhecimento e percepção que possuem são realmente verdadeiros, e se alguém pode ou não dizer se possui o conhecimento absolutamente verdadeiro; * Ceticismo científico - postura científica e prática, em que se questiona de forma constante e contumaz a veracidade de qualquer alegação; procurando de forma permanente por argumentos que possam corroborá-las ou invalidá-las, fazendo-o sempre em acordo com o método científico.
1. O cogito: * Resulta da radicalização da dúvida introduzida pelo argumento do Génio Maligno: tudo o que eu penso, à excepção do cogito, pode ser falso e não existir. * É o primeiro fundamento indubitável (uma crença básica ou fundacional): é impossível pôr em causa a sua verdade, pois o “eu penso, logo existo” é condição de possibilidade próprio acto de duvidar. * É um conhecimento a priori: uma ideia clara e distinta concebida intuitivamente pela razão. * Refuta o argumento céptico da regressão infinita da justificação: é falso que as nossas crenças nunca estão justificadas.
2. Solipsismo * A certeza do meu eu pensante (cogito) nada me garante em relação aos conteúdos do meu pensamento suspensos pela dúvida: o Génio Maligno pode continuar a enganar-me acerca de tudo aquilo que eu possa pensar, tudo continua a poder ser falso. * A única experiência a que eu tenho acesso, realmente, são as minhas experiências mentais, não sei se as minhas ideias correspondem ou não a uma realidade objectiva