OS MAIAS RESUMO COMPLETO
No Outono de 1875, os Maias decidiram mudar-se para o Ramalhete, a casa de Lisboa. Esta mudança deveu-se ao facto de Carlos se ter tornado um homem e ter uma profissão ativa importante, o que levava a que não quisesse viver na quinta de Santa Olávia, e Afonso, não querendo ficar distante do seu neto, fez o sacrifício de se mudar para a capital. O Ramalhete era um casarão sombrio com um aspeto tristonho de residência eclesiástica que durante muitos anos permanecera desabitada. A casa carecia, então, de grandes obras de requalificação e de um jardim, onde Afonso pudesse recordar o conforto do ar livre de Santa Olávia. Após as obras, a habitação tomou um ar resplandecente e digno de tal família. Para além dos inconvenientes evidenciados, existia uma lenda segundo a qual todos os Maias que habitassem o Ramalhete teriam fins fatais, tal como se irá verificar ao longo da história.
Caetano da Maia, pai de Afonso, era um português dos antigos e fiel à doutrina do absolutismo, na altura em decadência; como tal, odiava e repudiava todos os ideais liberalistas, a quem atribuí todos os males, os do seu país e os seus, desde a perda das colónias até às crises de gota. O seu filho, para infortúnio do pai, era liberal ferranho e revolucionário. Os seus ideais políticos levaram a que Caetano, à lei de bom pai português, o expulsasse de casa, sem mesada, sem bênção e renegado como um bastardo. Após isto, Afonso partiu para a adorada e nobre Inglaterra. Entretanto, o seu pai morre de súbito e este vê-se obrigado a regressar a Lisboa.
Afonso conheceu Maria Eduarda Runa, filha do conde Runa, aquando do seu regresso a Lisboa. Após o luto por seu pai, decidiu casar com ela e teve um filho – Pedro. Mas Afonso não esquecia a Inglaterra sempre nobre e esplêndida, ao contrário de Lisboa, que era povoada por gente miguelista e que tinha como únicos interesses as touradas e a religião. O facto de Afonso ser liberal espalhou-se por Queluz e a polícia revistou toda a sua casa em