Os lusiadas
Léxico:
O latimÉ notório o cuidado de substituir o vocabulário corrente por um vocabulário culto; e o Latim, língua dos poetas, filósofos e geógrafos, era considerado mais nobre do que o vocabulário coloquial, dá uma noção de credibilidade.
As metonímias/metáforasSurgem como um outro processo de evitar as palavras vulgares, na medida em que Camões se serve destas figuras de estilo para atribuir um outro nome a uma determinada palavra ou expressão. Por exemplo, “flores” em lugar de faces do rosto; “ouro” em lugar de cabelo/dinheiro; “lenho” em lugar de nau; “argento”, “líquido estranho”, “Tétis” ou “Dione” em lugar de mar, etc. Por vezes as metonímias e as metáforas contêm, referências à mitologia greco-latina.
As perífrases Através do uso de um número de palavras maior do que o necessário para exprimir uma determinada ideia, Camões atribui peculiaridade ao discurso. Camões com a perífrase pretende realçar ou reforçar a sua opinião.
Estrutura Externa
Os Lusíadas é uma epopeia composta por dez cantos, constituídos por 1102 estrofes de 8 versos (oitavas) decassilábicos, com predomínio dos versos heroicos e excecionalmente sáficos.
O esquema rimático é normalmente abababcc (rima cruzada nos seis primeiros versos e emparelhada nos dois últimos).
Estrutura Interna
Preposição (Canto I, estrofes 1, 2 e 3)
Na Invocação (Canto I, estrofes 4 e 5)
Ao longo do poema, há mais três invocações: No Canto III, estrofes 1 e 2; No Canto VII, estrofes 78-84; No Canto X, estrofes 8 e 9.
Na Dedicatória (Canto I, estrofes 6-18)
A Narração (a partir da estrofe 19, Canto I). O facto de esta narração se iniciar in media res obriga a que o relato da viagem desde Lisboa até Melinde seja feito através de uma analepse.
Os planos estruturais
É possível detetar na obra quatro planos fulcrais que constantemente se cruzam:
Plano da Viagem – A narração dos acontecimentos ocorridos durante a viagem realizada entre Lisboa e Calecut: Partida,