Os luisiadas
Os Lusíadas são uma obra do séc. XVI.
Este século, caracterizado por uma grande viragem no pensamento humano, é marcado por três grandes movimentos culturais: o Humanismo, o Renascimento e o Classicismo.
Camões escreveu Os Lusíadas sob a forma de narrativa épica ou epopeia, forma muito utilizada na Antiguidade Clássica e que Camões conhecia bem.
Aristóteles, filósofo grego que viveu durante o séc. III a.C., descreveu os requisitos necessários à composição de uma epopeia. Ouve atentamente a animação:
Luís de Camões
Não existem dados concretos sobre a data e o local do seu nascimento. Filho de Simão Vaz de Camões e de Ana de Sá e Macedo, Luís Vaz de Camões terá feito os estudos literários e filosóficos em Coimbra, tendo como protetor o seu tio paterno, D. Bento de Camões, frade de Santa Cruz e chanceler da Universidade. Tudo parece indicar que pertencia à pequena nobreza. Atribuem-se-lhe vários desterros, sendo um para Ceuta, onde se bateu como soldado e em combate perdeu o olho direito. A tal perda se refere na Canção Lembrança da Longa Saudade.
De regresso a Lisboa, é preso, em 1552, em consequência de uma rixa com um funcionário da Corte, e metido na cadeia do Tronco. Em 1553, saiu, inteiramente perdoado pelo agredido e pelo rei, conforme se lê numa carta enviada da Índia, para onde partiu nesse mesmo ano, quer para mais facilmente obter perdão, quer para se libertar da vida lisboeta, que o não contentava.
Segundo alguns leitores, terá composto por essa altura o primeiro canto de Os Lusíadas.
Na Índia não foi feliz. Goa dececionou-o, como se pode ler no soneto Cá nesta Babilónia donde mana. Tomou parte em várias expedições militares e, numa delas, no Cabo Guardafui, escreve uma das mais belas canções: Junto dum seco, fero e estéril monte. Vai depois para Macau, onde exerce o cargo de provedor-mor de defuntos e ausentes, e escreve, na gruta hoje reconhecida pelo seu nome, mais seis Cantos do famoso poema