Os laços fracos do capitalismo flexível
Pode-se dizer que o mundo nos dias de hoje possuí um lema: “tudo pra ontem” e já nascemos inseridos em uma cultura que é movida pela rapidez, instabilidade, falta de confiança e lealdade, esse capitalismo flexível em que vivemos hoje já tomou conta do nosso modo de pensar e agir. A partir da década de 70 e 80 surge um novo momento na história dado pelo chamado capitalismo flexível, o qual mudou o conceito de trabalho dando ênfase maior na flexibilidade. Essa mudança pode ser explicada, uma vez que uma nova ordem impõem novos controles que não são dados apenas com a abolição das regras do passado. Esses novos controles são difíceis de entender. O novo capitalismo é um sistema de poder muitas vezes ilegível. O aspecto da flexibilidade que normalmente causa mais confusão é seu impacto sobre o caráter pessoal. E quando diz se algo sobre caráter está-se dizendo sobre o valor ético que atribuímos aos nossos próprios desejos e às nossas relações com os outros e suas ligações com o mundo. O caráter que é expresso por compromisso, lealdade, busca de metas em pró de um bem futuro.
A partir disso surgem questões que colocam em dúvida o que foi citado a cima(...): Como decidimos o que tem valor duradouro em nós numa sociedade impaciente, que se concentra no momento imediato? Como se podem buscar metas de longo prazo numa economia dedicada a curto prazo? Como se podem manter lealdades e compromissos mútuos em instituições que vivem se desfazendo ou sendo continuamente reprojetadas? Estas as questões impostas pelo capitalismo flexível.
Richard Sennett narra uma história na qual Enrico, pai de família, que tinha um trabalho um tanto quanto estático e até mesmo previsível, sem grandes variações, na década de 70, época do pós Grande Depressão e pós Segunda Guerra Mundial, casado com Flávia, uma passadeira que também se encontrava na mesma estática ocupacional, guardavam o dinheiro conquistado para que os dois