Os Jovens e a Leitura, Michelle Petit
FICHAMENTO
O livro trata dos diversos caminhos envolvidas no ato de ler. Ele é baseado em entrevistas realizadas com jovens da zona rural e da periferia de grandes cidades da França. Petit reflete sobre a importância da leitura para a formação humana e para a inclusão social.
Logo no início do livro, a autora fala da grande emoção que sente em estar de volta à América Latina, onde ela passou sua adolescência, e sua relação com a leitura se transformou; e logo depois começa a falar sobre a preocupação com relação à juventude e a leitura. E nesse primeiro encontro, "As duas vertentes da leitura", ela analisa que a leitura solitária no meio rural era quase que inexistente, pois o comum era a leitura compartilhada e em voz alta realizada na família, no catecismo ou na escola. É onde ela estabelece a relação entre leitura e poder, já que quem lê está conduzindo a história. Mas ela diz também que a leitura é uma ato de liberdade, pois “[...] os leitores apropriam-se dos textos, lhes dão outro significado, mudam o sentido, interpretam à sua maneira, introduzindo seus desejos entre as linhas: é toda a alquimia da recepção. Não se pode jamais controlar o modo como um texto será lido, compreendido ou interpretado.” (p. 26).
Petit também fala que a leitura permite o leitor de se distanciar, sair da sua realidade, estimulando assim a reflexão; parte na qual ela se refere como um leitor que é "trabalhado" pela sua leitura, logo, ele transforma o texto e também é transformado pois a leitura permite alterar os sentidos, distorcer, interpretar de várias maneiras, mencionado no trecho “[...]O leitor não é passivo, ele opera em um trabalho produtivo, ele reescreve. [...] Mas ele também é transformado: encontra algo que não esperava e não sabe nunca aonde isso poderá levá-lo.” (p. 28-29).
A autora ressalta também que, principalmente na adolescência, a leitura pode ocupar um papel formador, capaz de mudar os rumos