Os jovens e os meio de Comunicação
O jovem é o público preferencial dos meios de comunicação voltados para o entretenimento. Os grandes meios de comunicação têm na educação o seu tema social predileto. Nenhum outro tema social recebe tanta atenção da mídia hoje em dia. Isso acontece porque existe um consenso social de que a educação é a única alternativa com alguma garantia de transformação social e de promover a mobilidade em uma sociedade com recordes de desigualdade. Mas, mesmo este tema de alta relevância e claramente voltado para a juventude, não tem este link imediato. Para muita gente, jovem é uma coisa, estudante é outra coisa. A condição de estudante coloca o jovem em outro pano de fundo, a escola. E este universo é distinto do universo da rua.
A incapacidade dos meios de comunicação em oferecer à sociedade um quadro mais claro do que é juventude está expressa na formação dos guetos de percepção. Um sentimento que separa filhos, estudantes, “de menor” e “de maior”. Não consegue uma unificação em uma categoria social chamada Juventude, que tem definições claras sob o ponto de vista sociológico.
Desenvolvimento
A sociedade brasileira tem uma certa incapacidade de ver o jovem como uma parcela de sua estrutura. Para a maioria das pessoas, quando o individuo chega aos 18 ou 20 anos, é visto como um adulto e não como um cidadão jovem que tem direitos e necessidades inerentes à sua idade. Sequer sob o ponto de vista econômico existe um olhar consequente e responsável de forma generalizada sobre a juventude. E os meios de comunicação não fogem a esta regra. Tratam o jovem em conflito com a lei como “menor infrator”. Se “de maior” passa a ser simplesmente bandido.
A incapacidade da sociedade em absorver o coletivo “juventude”, em contrapartida à superproteção que as classes média e alta querem oferecer aos seus filhos, é uma das contradições mais marcantes do nosso tempo. Trabalha-se para oferecer mais educação e melhorar a qualidade desta oferta, mas sem uma conexão muito