Os Imponderaveis no trabalho etnográfico
“Os Imponderáveis no Trabalho Etnográfico...”
Simone Cristina S. Costa
Maria de Fatima Costa
Vania Maria C. e Silva
...O momento da descoberta etnográfica.
Quando o etnólogo consegue descobrir o funcionamento de uma instituição, compreende finalmente a operação de uma regra antes obscura...
(Da MATTA, Roberto. 1978, p.31)
Nos primeiros 15 dias do mês de março de 2013, realizamos uma pesquisa seguindo o método etnográfico, observando o movimento de entrada e saída de 2 escolas, uma pública e outra privada, num bairro da Zona Oeste do Rio de Janeiro chamado Taquara. Nosso grupo de pesquisa era composto por 3 alunas de Pedagogia do segundo período da Faculdade de Educação da UFRJ. Formamos este grupo deste o período passado e realizamos juntas os nossos trabalhos. Achamos que formamos uma boa equipe e trabalhamos bem juntas, umas completando as deficiências das outras.
Nossa primeira tentativa foi realizar a pesquisa dentro das escolas, mas tivemos dificuldade em conseguir autorização do CRE (Conselho Regional de Educação) para realizar o trabalho em sala de aula, e por esta razão, optamos por observar a entrada e saída dos alunos das aulas, algo que não requereria autorização prévia. Todavia, nos deparamos com o imponderável, e esta segunda opção nos comoveu e nos supreendeu com o inesperado, ao tomar conhecimento de vários sentimentos que aconteciam nos relatos com os quais nos deparamos durante a pesquisa. Desta feita, iniciamos assim nossas observações, em dias alternados a fim de não "assustar os nativos", na tentativa de nos misturar e passar despercebidas. Contudo já no primeiro dia de observação, percebemos o quão ingênua era nossa intenção, pois fomos imediatamente notadas por alunos, pais e funcionários da escola.
Foi preciso também “tomar a canoa de Malinowski para chegarmos nas Ilhas Trobiand” (1922, p.3), e poder nos misturar com os nativos a fim de fazer nossa observação