Os Holandeses no Brasil

Ao analisarmos a obra “Olinda Restaurada – Guerra e Açúcar no Nordeste (1630-1654)”, de Evaldo Cabral de Mello, sendo publicada em 1975, foi interessante perceber pontos analisados pelo autor durante seu estudo e como o mesmo caminhou e utilizou de marcos históricos e perspectivas situadas em diferentes momentos e espaços. Apresentando como irá ser sua abordagem teórica em seu prefácio, nos demonstra dados que requer um conhecimento prévio aprofundado do leitor para se entender a vasta gama cronológica de informações narradas, só assim nos proporcionando a oportunidade de acompanhar seu raciocínio lógico que une cada momento como integrante formador de um todo. Diante disto, começamos por aprofundar a situação do Brasil como colônia de Portugal em 1624.

• Como se pensar uma relação tão complexa entre Portugal e Brasil apenas pelo âmbito “dominante e dominado”? Ao que se percebe, a historiografia cada vez mais vem tendo a sensibilidade nos estudos e pesquisas de perceber o Brasil como parte integrante do Império Português, não apenas como uma colônia a ser “sugada” em seus recursos naturais e riquezas. As relações de negociação, tanto com o gentio como com os luso-brasileiros era sempre presente, demonstrando por trás também a questão de força sendo empregado para a conquista de mão de obra e interesses em poder, presente nesses momentos de assentamento político e econômico. É importante analisar a dependência de Portugal em relação ao Brasil para se entender que será importante, até para a Metrópole, reconquistar o território e suas rotas de comércio mais tarde, após a consolidação holandesa mais forte na colônia. Sem o açúcar do Brasil não era possível preservar a independência - recém conquistada de Portugal. Ter o monopólio de manufaturas como o pau-brasil, o açúcar, e (mesmo entre querelas e conflitos com os jesuítas) da mão de obra indígena, era um caminho que estava sendo traçado e dado importância pela Coroa, que reconhecia o valor disto para seu