Os grandes pensadores da educação
Revista Nova Escola - Edição Especial | 10/2008
Tão antigo quanto a filosofia, o pensamento educacional se desdobra em várias correntes, mas suas raízes estão fincadas na Grécia antiga
Márcio Ferrari (Márcio Ferrari)
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A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO PEDAGÓGICO
Ilustração: Milton Rodrigues Alves
Por trás do trabalho de cada professor, em qualquer sala de aula do mundo, estão séculos de reflexões sobre o ofício de educar. Mesmo os profissionais de ensino que não conhecem a obra de Aristóteles (384-322 a.C.), Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) ou Émile Durkheim (1858-1917) trabalham sob a influência desses pensadores, na forma como suas idéias foram incorporadas à prática pedagógica, à organização do sistema escolar, ao conteúdo dos livros didáticos e ao currículo docente. Antes mesmo de existirem escolas, a educação já era assunto de pensadores. Um dos primeiros foi o grego Sócrates (469-399 a.C.), para quem os jovens deveriam ser ensinados a conhecer o mundo e a si mesmos. Para seu discípulo Platão (427-347 a.C.), o conhecimento só poderia ser alcançado num plano ideal e nem todos estariam preparados para esse esforço. Aristóteles, discípulo de Platão, inverteu as prioridades e defendeu o estudo das coisas reais como um meio de adquirir sabedoria e virtude. O sistema de ensino que ele preconizou era acessível a um número maior de pessoas.
Duas vertentes
O quadro de afiliações filosóficas que você encontra anexado à capa desta edição se baseia no princípio de que as duas tendências (a idealista, de Platão, e a realista, de Aristóteles) podem ser traçadas em toda a história da filosofia no Ocidente – esse é um critério possível, mas não absoluto. Mesmo quando dominada pelo cristianismo, durante a Idade Média, a educação experimentou as vertentes idealista e realista, uma seguida da outra, de acordo com os postulados de Santo Agostinho (354-430) e de Tomás de Aquino (1224/5-1274).