Os fatores que interferem no processo cognitivo
1. Ed. São Paulo, SP: Scipione, 1997. p. 181-195.
Resumo
No texto apresentado pela autora, Piaget apresenta do ponto de vista biológico, períodos integrados posteriores uns aos outros, como conteúdo necessário à construção de formas mais amplas de conhecimento. Intervem nessa ordenação dos períodos cognitivos quatro fatores essenciais, porém, cada um isoladamente, insuficiente, que são: a maturação biológica, as experiências, as transmissões sociais e educativas, e a equilibração. A partir das explicações de Piaget a “maturação biológica” está ligada à maturação do sistema nervoso, que por sua vez limita-se a abrir possibilidades, excluídas até certos níveis de idade, o que supõe outras condições, das quais a mais imediata é o exercício funcional ligado às ações. Certamente a maturação biológica é um fator importante no desenvolvimento da inteligência, e permanece indissociável dos efeitos das experiências. Seguindo as explicações de Piaget, no segundo fator “experiências”, seria a experiência física, a ação dos objetos. Em particular, a lógica da criança não é tirada dos objetos, mas das ações que se exercem sobre eles. O que não é absolutamente a mesma coisa, quer dizer que a parte da atividade do sujeito é fundamental e, aí, a experiência tirada do objeto não basta. Para Piaget, experiência não é recepção passiva, e sim ação e construção progressiva de estruturas. Nunca são, portanto, suficientes em si, visto que devem ser organizadas pela inteligência. Nas “transmissões sociais e educativas” é a transmissão social, o fator educativo, no sentido amplo. Para que uma transmissão seja possível entre o adulto e a criança ou entre o meio social e a criança educada, é necessário haver assimilação pela criança do que lhe procuram inculcar do exterior. O êxito de qualquer transmissão depende das possibilidades de assimilação e essas, por sua vez, dependem das