os estrangeiros nacionais
Disciplina: Etnologia do Brasil
Ensaio da Unidade V – Os estrangeiros nacionais
O aparecimento de estrangeiros no Brasil se deu, basicamente, através de iniciativas de fomento com o objetivo de suprir lacunas de mão de obra decorrente do processo pós-abolição. Assim como fala Lesser (2001), o período migratório careceu de homogeneidade, demonstrando uma pluralidade de relações entre imigrantes e poder público. Dessa forma, a incorporação dos imigrantes ao contexto nacional representou a negociação entre os imigrantes e o Estado, através de reconfigurações, diálogos e disputas entre a identidade particular e nacional.
Segundo Thales de Azevedo (1989), a busca por uma “colonização por braços livres” expressou a criação de focos de modernização de trabalho, através da integração de técnicas modernas e mentalidades progressistas. É recorrente nos discursos políticos da época, a partir de final do século XIX, a valorização do elemento europeu como representante de uma “civilização mais apurada”, capaz de instruir parte da população brasileira “ainda em atraso”.
O que deve ser salientado é que a integração técnica e trabalhista também relaciona-se com transformações na vida social da cidade e do campo. O elemento estrangeiro passou a estar presente nas expressões políticas, sociais, econômicas e culturais do Brasil, através do posicionamento dos imigrantes enquanto participantes da construção da nação. O financiamento, empreendimento, criação de polos de comércio, apresentações de companhias líricas, marcaram a construção de um brasil hifenizado.
A admissão do elemento estrangeiro como povoador e colonizador foi além de imigrante advindos de Portugal, merecendo especial atenção o elemento italiano (AZEVEDO, 1989). Dessa forma, se deu a plural argumentação do estrangeiro como “introdutor de tecnologias adiantadas e de valores relativos ao trabalho mais conducentes ao desenvolvimento” (AZEVEDO, 1989). Vê-se que a recorrência do tema do desenvolvimento