Os Estados Inicial e Final da Aquisição de L2
(junho de 2006)
1. Introdução
Segundo Chomsky (1986), o estudo da aquisição da linguagem apresenta a seguinte questão central: Como é possível, em princípio, que as crianças consigam adquirir a sua língua materna (doravante L1), haja vista que a sua L1 é um sistema gerativo rico e complexo, capaz de gerar um número infinito de sentenças, sendo os dados lingüísticos aos quais os aprendizes têm acesso de natureza tão pobre? A partir de então, viu-se emergir uma série de propostas visando a dar conta da questão levantada por Chomsky. A suposição comum à maioria dessas propostas é que o aprendiz não é uma tabula rasa em seu estágio inicial de aquisição de L1. Na verdade, o aprendiz vem dotado de pontos bem definidos sobre as possíveis estruturas de sua L1. Acredita-se que tais pontos, que presumivelmente refletem os aspectos da estrutura gramatical comum a todas as línguas naturais, derivam da estrutura e funcionamento do cérebro humano, e conseqüentemente não são adquiridos. Tais aspectos da estrutura comum a todas as línguas naturais denominam-se princípios da Gramática Universal (doravante GU), sendo que chama-se de parâmetros as variações existentes entre as línguas naturais. Posteriormente à questão levantada por Chomsky, surgiram estudos diversos sobre a aquisição de L2. Segundo White (2003:58), contudo, esses estudos sobre a aquisição de L2 “anteriormente exploravam a questão se os diferentes estágios do desenvolvimento da interlíngua poderiam ser caracterizados como exemplos de refixação de diferentes parâmetros e se o aprendiz de uma segunda língua (doravante L2) fixaria parâmetros que se diferem dos da L1.” Havia, então, dois conjuntos de propostas sobre o estado inicial da L1, a saber:
I. A Hipótese da Maturação e a Hipótese da Mini-Oração; e
II. A Hipótese da continuidade e a Hipótese da Oração Plena.
2. Hipóteses sobre o Estado Inicial de L1.
I) A Hipótese da Maturação e a Hipótese da