OS ELEMENTOS IMAGÉTICOS NA POESIA DE MANOEL DE BARROS A IMAGINAÇÃO COMO PROCESSO COGNITIVO
A IMAGINAÇÃO COMO PROCESSO COGNITIVO
ELLER, Samuel (Universidade Fumec) seller@fumec.br Artigo apresentado e publicado no 4º Congresso Nacional de Letras, Artes e Cultura e 1º Congresso Internacional de Letras Artes e Cultura, realizado pela Universidade Federal de São João Del Rei em novembro de 2013. Este, ainda, nasceu diante da tentativa de entender os elementos imagéticos presentes na poesia de Manoel de Barros, quando ele utiliza as palavras para fazer com que nossa imaginação “voe fora da asa”, produzindo coisas aparentemente inconcebíveis, que só caberiam no reino das “despalavras”. Visto que, para a poesia, as combinações entre palavras perdem a função de serem apenas palavras e produzem em nosso imaginário uma possibilidade infinita de imagens. Buscou-se, então, aproximar a poesia e o processo de criação de um designer. Pois, se para criar primeiro é preciso imaginar, a leitura se faz primordial para quem trabalha com criação. Como embasamento teórico, seguiu-se a definição da imagem no poema por Octavio Paz e, também, conceitos de visibilidade e imaginação em Italo Calvino, articulados a argumentos segundo o pensamento de Gilbert Durand sobre as estruturas antropológicas do imaginário. Entre outros autores que contribuíram sobre estratégias de leitura e processos cognitivos.
Ao ler a poesia de Manoel de Barros, vamos ao encontro do universo do autor, seja por meio de seu idioleto “Manoelês” ou, quando nos impregnamos com as miudezas salientadas pelo seu olhar, por sua poesia adâmica e pelo seu quintal habitado por coisas do Pantanal, que, na verdade, é o espelho do próprio poeta. Pois, é assim que: “o poeta afirma que suas imagens nos dizem algo sobre o mundo e sobre nós mesmos e que esse algo, ainda que pareça um disparate, nos revela de fato o que somos” (PAZ, 2005). O olhar de Barros, ao escrever, passeia como uma lupa pelo seu entorno ampliando, apalpando e nomeando as coisas ínfimas,