Os destruidores de máquinas
Ao tratar da questão da reação dos trabalhadores à recepção das máquinas surgidas durante o período da Revolução Industrial, Eric Hobsbawn elenca acontecimentos que demonstrem que a destruição às máquinas causadas pelo proletariado, tinham um intuito maior do que simplesmente o retardo do avanço tecnológico.
A historiografia acerca desta temática corroborou por muito tempo que os estragos causados à indústria pela massa de trabalhadores descontentes com as novas implementações industriais teriam sido causados de forma impensada, no fogo do momento, sem nenhum motivo estratégico que não o da pura arruaça. Hobsbawn faz um levantamento ao longo do seu texto das diversas manifestações ocorridas neste período, em diferentes setores de produção, demonstrando que as reações adversas a esses novos aparatos tecnológicos foram o modelo encontrado pelos trabalhadores para se defender das mudanças graduais advindas de um modelo capitalista de produção.
Enquanto as novas tecnologias apenas aprimoravam e facilitavam os trabalhos dos operários, estes não tinham nenhum motivo para questionar a utilização de tais aparatos, porém, com o surgimento de máquinas industriais que através do controle de apenas um homem poderiam fazer o trabalho de vinte, os trabalhadores viram-se numa situação desfavorável, com propensão à perda de seus empregos. Durante todo o período da Revolução Industrial e o avanço do capitalismo, através de um aumento de demanda por produtos no mercado, aumentou também a demanda de mão-de-obra, e com isso acirrou-se a competitividade. Ou seja, os trabalhadores já de antes enfrentaram problemas não só com as máquinas que viriam a surgir e que poderiam por em risco o seu modo de vida, mas com as próprias necessidades impostas pelo avanço da indústria, como a necessidade de uma quantidade maior de operários especializados, o que acabava ocasionando na contratação de estrangeiros ou pessoas de